Um incômodo com os nomes

Oi oi,

Andava pensando, como dizer algo que me incomoda muito? Não pensando só em mim e nos meus valores, mas sim, no coletivo em si. É algo que engloba todos aqueles que saem do que é normativo.
Normativo seria algo relativo ao que se entende por normal. Por exemplo: é dito como normal você ser hétero; se for mulher, agir ou como uma moça super sexual ou recatada, se for homem, viril e másculo. E quem não segue isso? Como fica?
É taxado de tudo que for possível. Algumas décadas atrás, homossexualidade era taxada de doença, assim como hoje a assexualidade e a demissexualidade. O fato de um homem ser bastante sensível e sentimental faz dele “menos homem”, como no mangá de Devilman, de 1972, que o Akira, personagem principal, é chamada de “mocinha” por uma de suas colegas por chorar.
O meu incomodo é como os nomes pararam de cumprir sua função de qualitativo para tornar-se algo do que foge do comum, do que abrange dessas regras, estas são meramente construções culturais crescente de uma história. No Brasil, sinto que é “oito ou oitenta” e para entender isso basta só estudar nossa história: quem veio colonizar, como as coisas foram fluindo e também nosso contexto atual.
Certa sensação provinda desse “oito ou oitenta” é que se não é aquilo que se espera, é o diferente. Isso não está correto, nem um pouco, acabamos nos prendendo muito em nomeações e nas suas designações, acabamos assim esquecendo de sentir o que realmente somos.
Quando fui buscar quem eu era, nessa questão de como me relacionava com terceiros, me encontrei enquanto demi, fico feliz a cada dia que me descubro com esse aspecto tão fascinante e complexo que me constrói. Porém, acabei encontrando um empecilho que nós fazemos sem questionar: o ato de usar o nome para rotular o diferente. Claro, esse problema é uma educação com certos valores.
Lembrei nesta semana de quando eu era criança; me taxavam de lésbica por não gostar de nenhum menino, não ser do jeito que se esperava e entre outras coisas. Não gostava disso, ainda hoje não gosto. Não queria receber um nome só por me relacionar de uma forma que não é esperado, sendo que o correto, deveria não ser esperado nada, pois não existe só um formato para as pessoas. Você é quem você é, tendo o respeito merecido.
Vejo a importância desses nomes, eles servem para dizer que nós existimos, diante de todas essas regras de formatação. Todavia, como citei boa parte do texto, não está sendo usado, na maioria das vezes, para esse propósito.
Tal problema só irá parar quando nós, como indivíduo, descontruir essas formas fechadas que habitam cada um de nós. A mudança sempre começa pelo individual para chegar até aquilo que a gente sempre aponta.

Espero ter agregado alguma coisa para vocês :3
Até (^^)

Deixe um comentário